Cristãos ficam temerosos após sofrer ataque na Malásia
Após mais uma invasão de um culto da igreja, em que alguns muçulmanos
estavam presentes, os líderes cristãos da Malásia receberam a notícia de
que um sultão do país disse que nem os oficiais do Estado que invadiram
o local, nem os cristãos seriam processados.
Muitos moradores locais, no entanto, continuaram a expressar
preocupação com o ataque que ocorreu no dia 3 de agosto, realizado pelos
oficiais do Departamento de Religião Islâmica de Selangor (JAIS).O sultão do estado de Selangor, Sharafuddin Idris Shah, emitiu uma declaração no dia 11 de outubro dizendo que os oficiais religiosos muçulmanos não violaram nenhuma lei do Estado, ao invadir a Igreja Metodista em Damansara Utama (DUMC).
Os líderes cristãos aceitaram a decisão do sultão, pois trará paz para a tensão religiosa que existe no país. Mas o Dr. Ng Kam Weng, diretor do Centro de Pesquisa Kairós, disse que as autoridades muçulmanas do país não podem interferir na liberdade da igreja.
Além disso, Dr. Kam disse que as liberdades civis fundamentais e as disposições do Código Penal do país são consistentes. Na Malásia existem dois conjuntos de leis – as leis civis governam todos os cidadãos e as leis islâmicas se aplicam aos muçulmanos em questão de religião, família, propriedade e herança.
No ataque, cerca de 30 oficiais da JAIS invadiram uma reunião no prédio da DUMC, sem nenhum mandado de busca e apreensão. As pessoas que estavam presentes na reunião eram voluntários, líderes de partidos e membros da comunidade.
O sultão baseou sua decisão em investigações realizadas pelo JAIS, em que havia acusações de que houve “tentativas de subverter a fé e a crença dos muçulmanos”, embora não existam provas suficientes para que essas acusações sejam consideradas reais.
Em um país onde propagar o cristianismo é proibido, o bispo Paul Tan Chee Ing questionou a acusação de que a reunião da igreja foi utilizada para converter os muçulmanos, como o sultão havia determinado como acusação.
Na Malásia, o sultão é o chefe dos assuntos islâmicos do estado. De acordo com as leis locais, a evangelização de muçulmanos é um delito passível de multa ou prisão. Os muçulmanos que se convertem também enfrentam todo tipo de dificuldade, incluindo ser colocados em centros de reabilitação.